Hoje a chuva visita minha morada, minhas janelas, meu chão. Mminha casa e minha alma. Peço-a que lave a dor que por ora dói em meu coração. Imploro-a que lave minhas lágrimas e me dê repouso. Choro com ela e sorrio perante a alegria e conforto que o cheiro dela tem. Cheiro de chuva. Olor de orvalho, sentidos aguçados para um universo distinto do meu. Cheiro de frescor, de terra molhada, de poluição cessada - por instantes. Quisera eu, nesse minuto em que aqui me dilacero, estar sentada numa serra verdejante, tão somente vivendo a chuva e deixando o passado para trás. Nem me pressionando por um presente desgastante e decepcionante - por pessoas e por mim.
A chuva está parando...mas a dor não.