Ao som de “Come alive” de Foo Fighters.
Depois de dias e meses em silêncio, meus dedos
desdobraram-se hoje, loucos para gritar, falar, poetizar e indagar. Linha
alguma consegue conter os traços da minha vida e de minhas vivências, que de
tão tênues e múltiplas, escapam-me.
Revivo a cada minuto como uma fênix. Obviamente é uma
comparação cheia de ego e talvez seja mesmo. Não me importo de ver-me em meu
lugar e perceber com clareza – hoje – todas as batalhas que lutei e perdi, as
que fugi e as que venci. De todas elas ressurgi e não naufraguei – graças a
Deus e aos amigos – de todas elas vim maior e mais eu. E hoje sinto-me um eu
inefável.
Apenas e muito.
Esse blog contém no mínimo partes cruciais da minha
existência, desabafos de quando longe de casa tive que ser ainda mais
independente e forte, de quando me senti só, de quando o meu amado Augusto me
deixou e eu vi como certos homens podem ser detestáveis. E olha que ainda
conheci homens ainda mais detestáveis depois. Meu coração se fechou a novos
amores – não era esperado? Ainda que muitos me cortejem, prefiro estar só.
Agora que minha alma se recompôs e brilha novamente, para quê machucá-la de novo?
Sim, temo. E pago minhas contas, então o problema é meu.
Aqui já dedilhei minhas misérias e minhas intensas
felicidades: a loucura do cansaço após perceber que trabalho desde tenra idade,
a radiância de conhecer a doação voluntária, o amor doido de ter amizades
eternas e inexplicáveis, o ódio e a rebeldia que fazem de mim águas calmas. E
incompreensíveis.
Hoje me refugiei aqui para relembrar e sonhar... Pensar que
as conquistas desse ano foram maravilhosas e defitivamente esse foi um ano bom.
Livrei-me de mais um miserável, aprendi a chorar só pelo que faz sentido,
aprendi a amar minha presença e a estar mais próxima dos que amo, aprendi que
embora nos entristeçam e a TPM seja intransponível dias lindos virão. Não
deixarei de sonhar e de acreditar. Talvez me reabra pro amor novamente – um dia
– mas ele terá de atravessar montanhas mais altas que as que os poetas criaram
em suas lamúrias. Eu estou completa hoje. E se amanhã não estiver? Mais
aventuras e aprendizado, pois muitos (belos e floridos e cantantes) caminhos
ainda me estão reservados J