"Dantes eu queria
Embeber-me nas árvores, nas flores,
Sonhar nas rochas, mares, solidões.
Hoje não, fujo dessa idéia louca:
Tudo o que me aproxima do mistério
Confrange-me de horror. Quero hoje apenas
Sensações, muitas, muitas sensações,
De tudo, de todos neste mundo — humanas,
Não outras de delírios panteístas
Mas sim perpétuos choques de prazer
Mudando sempre,
Guardando forte a personalidade
Para sintetizá-las num sentir.
Quero
Afogar em bulício, em luz, em vozes,
— Tumultuárias [cousas] usuais —
o sentimento da desolação
Que me enche e me avassala.
Folgaria
De encher num dia, [...] num trago,
A medida dos vícios, inda mesmo
Que fosse condenado eternamente —
Loucura! — ao tal inferno,
A um inferno real. "
(Fernando Pessoa)
Por que pensar se podemos apenas sentir...sentir desespero, sentir amor, sentir raiva, sentir confusão...Sentir apego, sentir a perda, sentir saudade...Sentir dor, sentir alegria, sentir falta, sentir o toque. Sentir o vento, sentir o sol, sentir a energia vibrante da lua nas noites intermináveis...Sentir a incomensurável sincronicidade da vida e de nossas escolhas. Estar defronte o abismo e mesmo assim fechar os olhos e saborear o que os dissabores nos apresentam. E crescer.
O sofrimento nos ensina lições que jamais seriam aprendidas em tempos felizes.
Ainda te sinto...
Um comentário:
E assim eu completo o título do post:
... e com isso, me fudi!
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