21.8.12

reflexões...

É curioso pensar na "especialidade" de cada pessoa para a gente. Peço perdão pelo mau uso da palavra, mas foi isso que pensei...no quanto cada um é especial.

Tem a mãe e o pai - para quem sabe quem são ambos - esses destoantes seres que nos fazem amar e odiar, perdoar e ser. Bases junto com Deus de nós mesmos, se tivermos sorte de acreditar Nele. Amor do jeito mais puro.

Tem os irmãos, amigos que são sangue do nosso sangue, que amamos infinitamente: mesmo levando rodada e vassourada na infância, sofrendo perdas juntos, descobrindo o tempo passar.

Tem os amigos melhores, aqueles que você quer passar momentos juntos, quer abraçar, falar até babar. Aqueles que você pode vomitar em cima que tá normal. Que já te viu chique pra formatura ou casamento e toda ressacada e sem maquiagem. Aqueles que, afora a não coincidência sanguínea, são irmãos.

Tem os amigos normais. Quando paro pra pensar vejo que são aqueles que eu mais gostaria que lembrassem de mim, me ligassem e quisessem saber de mim. Na verdade, somos sempre nós que corremos atrás desse tipo de amigo. Não há erro nisso. Só não espere nada surpreendente. São bons ou até ótimos amigos. Mas não te acham tão "especialidade".

Há os colegas. Poderia dizer que são pré-amigos. São pessoas que a gente gosta bastante e normalmente convive muito. Pode-se contar com eles, sair, papear e ajudá-los. São bons demais também. Normalmente pertencem a um passado recente e foram super importantes em nossas vidas quando passaram por elas.

Há quem nos odeie, claro. Sabe Deus porquê, mas existimos e acabamos ficando com raiva às vezes. Eu nem fico por mais que alguns meses...rs

Há os desconhecidos. Aquelas estrelas que ainda brilharão em nossas vidas um dia...ou não.

Fico pensando...esse mundão é tão vasto, imenso...somos tão incalculavelmente pequeninos. E eu sempre insisto em achar meu umbigo o máximo, egoisticamente. Tento me corrigir com o trabalho voluntário e amando quem eu amo mas recaio sempre no erro de chorar à noite de vez em quando me achando a pessoa mais só do universo. Claro que não sou. Fui abençoada. E agradeço a Deus por isso, mesmo com raiva de não ser madura o suficiente para abraçar o mundo todo e ajudar a trazer paz. Até porque não sou eu quem traz...posso apenas cultivá-la em mim mesma e torcer para produzir algo honrado.

Só sei que contando tudo: família, melhores amigos, amigos normais, colegas e desconhecidos..ainda há tanto a conhecer e tão pouco que realmente importa. Conto nessas mãos que digitam os seres nos quais meu amor brota com mais vitalidade. E mesmo assim, paradoxalmente, ainda há amor demais aqui dentro, pronto para ser distribuído.

Ah, não falei do companheiro ou companheira - o "amorzinho" - dirá o leitor perspicaz e incuravelmente romântico. Ah, claro que lembrei. Até porque acredito em amor de companheiro, amor de amar apenas e sem penas. Só que isso é especial demais para ser descrito. Deve ser respirado. Hei de tragar ainda dessa fumaça inebriante. Hoje ainda não. Não chegou.

Texto de Camila Martins dos Santos