20.8.13

sobre hoje...


A gente é tão bobo que deixa de fazer coisas e viver coisas facilmente. Hoje às 18h30 em Beagá: ponto de ônibus entupido e do circular na Contorno nem sinal...decidi pegar um táxi pensando com meus botões (já um tanto gastos): "Que droga! Gastar esse dinheiro assim do nada...". Tempos depois consigo um, e quando estou prestes a entrar vem uma moça: "Aqui, você vai até aonde?" "Ah moça...até ali embaixo no Boulevard..." "Vamos meiar?" Aí eu realizo: CLARO!  E como se não bastasse a euforia e a ideia super bem-vinda (minha timidez bizarra não permitira sair oferecendo meiar transporte por aí, do nada, em um ponto de ônibus), vieram mais duas moças se oferecendo para ir conosco. Galera no táxi e estrada à frente: papo foi bom, a corrida nem pesou no bolso e tive essa incrível experiência que passo adiante e tentarei repetir da próxima vez que o ônibus demorar trezentos milênios para passar (abarrotado) (e se a minha vergonhice permitir, claro).

E agora, essa Lua fofinha da janela do meu quarto...mudar fez bem mesmo... 

18.8.13

Sobre pensamentos, tristezas incontidas e alegrias limitadas

i: Sobre amor e esferas sociais: Há tempos venho querendo voltar a perambular por aqui, desabafar meus medos, descrever minhas paixões...aqui é meu cantinho feliz e infeliz, o local do não-importa, o sem-lugar dos meus pensamentos completamente agitados e incontroláveis. Esses dias muita coisa aconteceu, muita coisa aconteceu em mim e no mundo. Reaprendi a lutar contra traumas do passado (longa caminhada), revigorei alguma esperança na vida, refiz amizades que julgava perdidas. Tal qual montanha-russa, continuo nos meus altos e baixos que me definem ipsis litteris: sou metamorfose descabida e talvez por isso amada. Falando em amor, nesse primeiro tópico da volta aos escritos no blog: esses dias vivi algo desagradável, um dèja vu...fiquei grilada (ainda estou, a bem dizer). Sempre achei que a ideia de alguém fracassar em um relacionamento devido a esferas sociais antagônicas fosse roteiro de filme de amorzinho e de novela mexicana. Não. É real e sólido, é nojento e pulsante nas veias de nossa sociedade pseudo-civilizada e pouco versada em assuntos que envolvam Amor. Conheci alguém anos atrás, tivemos um filho inclusive, e parte considerável do fracasso da relação foi social: eu era pobre demais para ele e sua família. Ele me fez pensar que não fosse honroso ser alguém que luta pelas coisas, que dá faxina para sobreviver e sustentar várias bocas. Ele despreza aquela mulher lá na favela que dá o maior duro para criar filhos que mais tarde e ascenderão socialmente e serão reconhecidos como verdadeiras pérolas polidas pelas adversidades. Prole que sairia incólume: sem odiar, sem vingar. Esse rapaz me fez desacreditar em amor...durante muito tempo. E poucos anos depois, cá estou, já revigorada do rebaixamento por ele atribuído: e profissionalmente já equiparável a ele e sua família de malucos ostentadores de classe média pseudo-alta. Não o odeio, apenas desprezo. Assim como desprezo o último que tive a ousadia de gostar; e que recaiu na mesma peripécia: não seguir adiante por achar que não condigo com status quo da admirabilíssima família à qual pertence. Sinceramente...cansei. Não sei mais o que quero: o cara pobre e pouco esforçado não compartilha dos meus ideais de crescimento; o cara que tem um pouco mais de dinheiro se acha o dono do quarteirão e bom demais para algo menor que uma patricinha moderna e de boa família tradicional. Resta a solidão. Os livros. Os amigos. Os filmes. Os passeios amargurados e solitários. O RPG. Os planos e sonhos. Alguma família desestruturada e amada. A doação e o amor aos necessitados. O Divino. Os traumas, medos e raivas dessa galáxia. E a alegria limitada que me encontra em doses homeopáticas a cada dia conquistado. É, na verdade...resta muita coisa.

things to remember I