3.5.12

palavras matutinas

Estou há dias querendo escrever sobre Leveza. Sim, leveza. Estamos todos muito pesados, muito fatigados, moídos, doídos. Marginalizados, lacrimosos, tristes. Cada um tem em si fardos que só são dimensionados por sua própria alma. Cada qual tem carregado uma cruz gigante, às vezes achando que Deus não tem ajudado a levar.
É assim que me sinto em muitos e frequentes momentos. Solitária, querendo uma companhia para desabafar e abraçar. Triste por carregar fardos tão chatos durante tantos anos: decepções, traições, doenças, falta de recursos e apoio.  Ah, nessas horas sempre estamos sozinhos, com frio e cansaço sobrecarregando o corpo. Parece que as dores, doenças e tristezas não partirão.
Partirão sim. Não me importo mais se me abandonaram, não me apoiaram, cuspiram em minhas vestes. Não me importo mais se doenças graves me assolaram. Não quero mais saber de quem me entristece ou de situações que murcham meu ser. O que eu quero hoje e sempre é Leveza. Peço a Deus que me acompanhe nessa nova trajetória. Irei sempre em busca dos meus amigos e familiares, os amarei e abraçarei, mesmo que eles nunca venham atrás de mim. Lutarei sempre pelos meus objetivos, para realizar meus sonhos, não importam as muralhas que assomem (eu vou comprar meu apartamento, vou casar e ter filhos, vou ser feliz e bem-sucedida em minha carreira). Pensar positivo é ser leve! É dividir o fardo com Ele e não se deixar abalar por doenças e decepções. Quero me sentir bonita por dentro e por fora. E ser. Tenho saúde e valorizo isso. 
Esses dias, maldizendo minha saúde, minha vida e minha solidão, fui posta de frente com uma bela lição existencial. Uma mulher no ponto de ônibus à noite. Rosto bonito e calmo. Eu, para variar, puxei assunto (mania...). E eis que, em meio ao furacão em que me encontrava, vi que todos tem seu próprio mundo trevoso para vivenciar. E muitos não se deixam abater. Ela teve um filho e o perdeu, depois teve gêmeos prematuros e um deles havia partido. O outro, internado. E ela ali, ao lado do hospital, acreditando que tudo daria certo. O marido sofrera um acidente ano passado, e estava entrevado numa cadeira de rodas. Ela forte, orgulhosa da força dele para enfrentar a adversidade. Certa do amor dois dois. Toda aquela calma e força me fez ver que os problemas podem ser grandes, GIGANTES, mas Deus é maior que eles. Somos feitos de matéria forte. Eu sou. E por isso não desistirei, não importa o que eu já passei para chegar aqui. O que fez a diferença é que EU CHEGUEI. E chegarei ainda mais longe. E se eu chorar, vai ser de alegria, por estar livre de todos os problemas. Por estar leve, finalmente.
Camila Martins
"Por isso é tão importante deixar certas coisas irem embora. Soltar. Desprender-se.
As pessoas precisam entender que ninguém está jogando com cartas marcadas, às vezes ganhamos e às vezes perdemos. Não espere que devolvam algo, não espere que reconheçam seu esforço, que descubram seu gênio, que entendam seu amor. Encerrando ciclos. Não por causa do orgulho, por incapacidade ou por soberba, mas porque simplesmente aquilo já não se encaixa mais na sua vida. Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira. DEIXE DE SER QUEM ERA, E SE TRANSFORME EM QUEM É"
(O Zahir - Paulo Coelho)
 E como minha querida amiga Agatha pediu para lembrá-la, ninguém nunca precisou de restos para ser feliz.
 

Um comentário:

agatha disse...

ahhhhhh q linda! flor fico muito feliz em ler tudo isso e ver o quanto você está disposta a mudar pra melhor. Acho que acompanhei bem todo esse processo e te falo com certeza: hoje vc é uma mulher madura e nada nem ninguém vai poder te impedir de vencer e ser muito feliz! conta sempre comigo!
amo vc amiga