3.1.12

Novo, de novo

Frase clichê para abrir o ano: "A gente gosta enquanto pode, esquece quando é preciso e aprende que só vale a pena lutar por aquilo que vale a pena possuir."

Mais um Ano Novo se apresenta e depois de longo silêncio, decidi tornar à fala. Ao menos a essa fala emudecida que a virtualidade nos permite. 2011 decerto foi um ano atípico, assim como muitos outros anos meus foram.

Conheci pessoas - muitas - assim como desconheci outras. Vi facetas cruéis e corações bondosos. Tive o coração desfeito - num desses desditosos infortúnios em que cedemos nosso amor a alguém sem honra e caráter. Mas já foi, já me libertei. Tive o coração refeito também e isso me deu (e dá) forças. Nas agruras da doença inesperada ou da desilusão com a vida vi-me (como outrora) cercada pela mão de Deus e de pessoas absolutamente maravilhosas que Ele pôs no meu caminho. Senti medo e fiquei mais de um mês sem ver direito, e nesses momentos me senti ainda mais amparada por amigos e família. E, mesmo com medo e com o coração partido, pude prosseguir.

Ano Novo. Planos novos. Novas expectativas. E quanto ao resto? Dizem para não vivermos do passado, mas vim da História e historiadora sou, o passado me é caro de muitas formas. É por ele que caminhei para chegar aqui e ser quem eu sou.

2011 descobri novas formas de amar quem eu já amava antes e aprendi a amar novos seres. Tentei agir com justiça e bondade e errei exaustivamente. Aprendi com meus erros e espero errar mais para continuar aprendendo. Senti n'alma um incalculável despejo de serotonina com os muitos abraços que dei e recebi, boas palavras que disse e ouvi. Amarguei-me por ter dito palavras desnecessárias ou ferinas. Li mais a Bíblia e os livros que me incendeiam a mente. Vi que tenho famílias não-sanguíneas e me sinto radiante por isso. Apesar de tanto desamor, me senti amada e querida (por muitos seres incríveis e preciosos...). Não encontrei ainda um amado companheiro. Quem sabe esse ano algo está guardado.

Todos vencemos e conquistamos coisas boas esse ano que passou. Também perdemos, choramos, desesperamos. Um ciclo que pode parecer repetitivo, mas é único. Agora olho pra trás e vejo que, não obstante desilusões, doenças, falta de dinheiro e sonhos não cumpridos (ainda), o ano passado foi lindo. E lindo continuará esse, único em cada segundo. Agradeço a Deus por me dar de presente mais esse ano de experiências e vivências colhidas do mais cheiroso dos jardins celestes.

Já fiz os planos para 2012. Uns difíceis, outros nem tanto. Um ou outro quase impossíveis em um ano. Não importa o resultado, afinal. Importa sentir, distribuir amor, fazer o bem ao próximo e esforçar-se pelo que deseja o coração. O resto será consequência.

Feliz ano novo a todos! :)


"Entre mim e mim, há vastidões bastantes
para a navegação dos meus desejos afligidos.

Descem pela água minhas naves revestidas de espelhos.
Cada lâmina arrisca um olhar, e investiga o elemento que a atinge.

Mas, nesta aventura do sonho exposto à correnteza,
só recolho o gosto infinito das respostas que não se encontram.

Virei-me sobre a minha própria experiência, e contemplei-a.
Minha virtude era esta errância por mares contraditórios,
e este abandono para além da felicidade e da beleza.

Ó meu Deus, isto é minha alma:
qualquer coisa que flutua sobre este corpo efêmero e precário,
como o vento largo do oceano sobre a areia passiva e inúmera..."

(Cecília Meireles, Noções)

2 comentários:

Agatha disse...

sem duvidas foi um ano de aprendizado..e que nesse que inicia, você use sua sabedoria.
conte cmg para seus planos e desafios!

ps: amo esse poema!

beijos

Natália Barud disse...

Minha querida,
Tenha certeza de que esse ano será ainda mais bonito que 2011. Simplesmente pelo seu desejo, sua vontade de fazer da sua vida um livro bonito! Não foram poucas as vezes que lhe falei o quanto gosto dessa nova "Camila", que ela continue se renovando e encantando ainda mais a todos! Grande beijo.
Nat