15.1.12

Once upon a time...

Ao som de George Fenton - Ever After, a Cinderella story - soundtrack.

Sou esquisita. Olho para trás e para mim, talvez para o futuro: me espanto com tantos graus de tamanha e hedionda esquisite. O que é estranho, afinal? A meu ver míope e sobrecarregado de tragédias, é o unsual, o que foge do senso comum, da realidade, do perceptível. E é isso, sou esquisita mesmo.

Para fugir dos padecimentos, meio que criei meu próprio universo. Minha vida às vezes me assusta, foram tantas coisas em tão pouco tempo...pouquíssimos sabem. Dessa vida acumulada e mais que lutada resulta alguma admiração - que não nego que me faz forte também - e resulta um tanto de tristeza, que poderia dar em frustração com a vida. Sabe? Mas não dá, ao menos até então. Deve-se a esse fortuito caminho do meio meu universo esperançoso e colorido, no qual busco acreditar cada segundo de cada segundo meu nessa Terra de Deus.

Eu velejo e torno-me viajante contínua de C.S. Lewis, Tolkien, Marion Zimmer Bradley e outros tantos porque eles me ajudam a acreditar em mundos alternativos. Mundos esperançosos, cheios de valentia, honestidade, compaixão e amor. Sim, amor.  Meu universo particular tem mais amor que todo um conto de fadas. Na verdade, tem mais amor que todos os contos de fadas somados e elevados à sétima potência! Só não tem mais amor que Ele tem em seu seio. É amor demais, amor é tudo que precisamos. É tudo que não temos.

Hoje revi pela décima vez, talvez, o meu filme favorito: Ever after ou Para sempre Cinderella. Soo ridícula para muitos. Não me importo, não hoje. Vejo e choro todas as vezes, porque ali tem tanto do que eu acredito! A atitude corajosa de Danielle de Barbarac ajudando os servos, sua humildade perante as humilhações, sua sede de viver não obstante as sérias dificuldades, sua vontade de amar. E encontrando o amor, crê nele mesmo vendo-o impossível. O perfeito conto de fadas. E, mesmo vivendo no décimo segundo ano do segundo milênio (DC), antro de intocada 'modernidade', eu ACREDITO em contos de fadas. Amor de verdade. Não esse amorzinho pequeno que proclamam por aí em altos falantes em redes sociais. Amor, amor. Daqueles que tiram a respiração e fazem a alma voar para montanhas longínquas. Aquele que nós ainda não conhecemos pessoalmente.



Pois é. Hoje foi um dos fatídicos dias que meu universo quebrantou-se e tive medo. E chorei amargamente por não saber se conhecerei o amor. Amor de companhia, de cuidado, de família para cuidar. De dar brilho nos olhos, daqueles de dar inveja em todo tipo de lustra móveis. Há anos que estou sozinha e cada dia busco forças para continuar acreditando. Busco amor nos amigos e familiares para catar os pedaços que já despedaçaram desse coração. Aí hoje deu medo, medo de ficar só. Ficar não. Continuar...

Desabafei. Coisas que não podem ser ditas não devem ser ditas. Apenas esse coração aqui sabe as faltas que possui. Falta de ausência, não de erro. No entanto, eu erro. {Quero errar com alguém}.

Fé. E amor, claro.

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